sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A porta




 Reflexivo ele olha através da janela.
 E no mais intimo momento de si, abre as gavetas do seu coração e vasculha cada espaço, jogando fora tudo aquilo que já não serve mais. E nesse instante  percebe que muita coisa se perdeu pelo caminho.

- Sempre me imaginei ser alguém, mas hoje vi o tempo passar por mim,  e eu continuo aqui como árvore seca de raízes profundas. Não dou flores, não dou frutos, não me movo. Talvez um dia me arranquem daqui e me façam fogueira,  por alguns instantes irei aquecer um corpo gelado, mas só por alguns instantes. Depois de cinzas para nada mais servirei. Será que é a única coisa que devo esperar? A morte?

 Na verdade, ele não sabia que tudo poderia mudar de repente quando abrisse aquela porta.


E a campainha tocou.

(Blin Blong! Blin Blong!)


*Imagem retirada do Google, se  for sua me avise para que dê os devidos créditos ou para que retire se assim desejar.

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